Empreender no sucesso é para muitos uma afirmação axiomática pois para a maioria das pessoas o sucesso é uma condição sine qua non do empreendedor.
No arquétipo coletivo ter sucesso é ser popular, ter muito dinheiro e, consequentemente, possuir muitos bens materiais. Para a construção desta imagem muito tem contribuído a comunicação social que replica de forma incomensurável o conceito do dinheiro associado ao sucesso. Via-se o empreendedor como alguém puramente preocupado com a solvabilidade da empresa e com o lucro e crescimento da mesma.
No entanto, ao longo dos últimos anos houve uma evolução dogmática muito interessante acerca do conceito de empreendedor e do seu papel na sociedade atual. Este desenvolvimento conceptual assenta numa nova visão que se quer para o mundo em geral e para as pessoas singulares e coletivas em particular.
Se na última década do século XX a vox populi assentava na geração de capital como uma das grandes necessidades da humanidade e aos empreendedores era dado o ónus de serem um dos principais geradores dessa riqueza, hoje na segunda década do século XXI as preocupações globais assentam no desenvolvimento sustentável e na massificação dos direitos sociais.
Aprendemos que para sermos felizes precisamos de muitos mais do que dinheiro e riqueza material. Deparámo-nos com a necessidade de ter sociedades justas e equitativas.
Contrariamente ao que se poderia pensar, mercê da crise que vivemos nas últimas décadas e do empobrecimento generalizado, continua a fazer sentido [1] empreender no sucesso.
A sociedade continua a precisar de ter empreendedores e de estimular práticas empreendedoras. Hoje, é comummente aceite que o empreendedorismo faça parte dos currículos escolares, pois percebeu-se que é essencial estimular a criatividade e a inovação junto das nossas crianças, adolescentes e jovens. O empreendedor continua a merecer o apreço e o estímulo da comunidade pois as suas práticas perpetuam a generosidade e a gratidão que é hoje tida como uma das características do empreendedor do século XXI que empreende no sucesso.
Hoje, nas escolas e nas universidades continua-se a perseguir o sucesso. No entanto, quando analisamos a forma como estas competências são adquiridas, percebemos que os direitos cívicos são transversais e que para se ser empreendedor há que ser bom cidadão tal qual o que habitava na Polis. A diferença é que a Polis hoje é para todas e para todos. Não há excluídos. Antes pelo contrário, a diversidade é bem vista e premiada.
A Humanidade vive um momento na sua história em que faz todo o sentido empreender no sucesso. De forma sustentável, solidária e igual.
A sociedade continua a precisar de empreendedores e continua a precisar de pessoas que têm sucesso! Para se desenvolver e gerar bem-estar para todas e para todos é fulcral que se continue a empreender no sucesso!
Vamos a isso!
[1] Hoje mais do que nunca